terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Desventuras e aventuras

Olá a todos os amantes da ciência que têm o privilégio de aparecer por aqui!

Antes de perdermos o fio à meada, convém anotar o que nos tem acontecido nos últimos dias - que têm sido bem mais agitados com o início da fase experimental.

Nas aulas anteriores (especialmente na da semana passada), temo-nos dedicado a recolher os nossos espécimezitos: duas abelhas e 5 amostras de água - absolutamente repugnantemente nojenta.

Quanto às águas (salvo seja), tivémos um azar daqueles... Parecia que as paramécias tinham emigrado para outro habitat! Era microscópio para ali, lâminas sujas para lá, amostras gastas por acolá...!

Quanto às abelhas, a coisa não correu melhor, apesar do drama ter sido outro. Lá abelhas apanhámos nós - dois belos exemplares do género feminino -, o pior foi que, com a inexperiência para trabalhar com certos e determinados agentes químicos laboratorias, como foi, neste caso, o éter, acabamos por matar uma no próprio dia por overdose (a coitadinha foi subterrada com um algodão encharcado em éter) e a outra levou mais tempo mas foi pela mesma via...

No entanto, hoje sopraram por aqui ventos bem mais carregados de "boas vibes". E a Sónia que o diga, que ela chegou à aula cheia de materiais e com uma energia estonteante (vá-se lá saber porquê).
Em menos de nada, o Zé já estava outra vez na sua captura de abelhas, Eu (a Ana) de roda da jardinagem do clorofito, a Joana obsevando novas amostras de águas pestilentas e a Sónia esteve aqui pelo computador a imprimir os protocolos experimentais para não nos "perdermos".
O Zé regresou com três lindas abelhitas, que eu informo alegremente que parecem estar de boa saúde - uma delas foi, inclusivé, desatar a comer polén assim que acordou do sono de éter -, a touceira do clorofito já está plantada e agora é só esperar que crie raízes e cresça; a Joana, por seu lado, desmoralizou depois de uns belos minutinhos a observar amostras de àgua suja ao microscópio. Foi então que meti olhos à obra e, ao fim de muuuito tempo, lá consegui encontrar 3 paraméciazitas, pequeninas, transparente e agitadas. AAaleluia!! ^^

E por hoje, parece que é tudo. Pelo menos até agora. Espero que se divirtam com esta nossa odisseia. ;-)

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Em águas turvas


Reino: Protista
Filo: Ciliophora
Classe: Oligohymenophorea
Ordem: Peniculida
Família: Parameciidae
Género: Paramecium


Legenda:

Cílios- Revestem externamente o corpo celular da paramécia. Com batimentos rítmicos e sincronizados permitem a deslocação através da água e também são importantes na condução de partículas alimentares para o sulco oral.

Sulco Oral- Sulco no corpo celular para onde são conduzidas as partículas alimentares com destino ao citoplasma.

Citofaringe- Espécie de boca celular em forma de goteira que, no seguimento do sulco oral, conduz as partículas alimentares em direcção ao interior da célula.

Vacúolos Digestivos- Formam-se, na extremidade da citofaringe, por endocitose das partículas alimentares alojando, assim, o alimento a ser digerido dentro da célula (digestão intracelular).

Local de exocitose- Espécie de ânus celular ou poro anal, formado à superfície de certas regiões do corpo celular aquando da expulsão, por exocitose, de resíduos alimentares não aproveitados.

Vacúolos contrácteis- Responsáveis pela osmorregulação, isto é, pela regulação do equilíbrio hidríco da célula. Como estes organismos vivem na água doce, há tendência para a água entrar na célula por osmose. O excesso de água é drenado para as vesículas do vacúolo contráctil que, por contracção, a expelem para o exterior através de um poro excretor.

Macronúcleo- Também chamado núcleo vegetativo é o maior de dois núcleos presentes na célula; é responsável pelo metabolismo celular nomeadamente no que se refere aos aspectos tróficos.

Micronúcleo- Núcleo germinativo, é responsável por mecanismos de recombinação génica na reprodução sexuada.


Já viram como chove lá fora? (Se faz sol quando estiverem a ler isto, é uma grande barraca, mas não faz mal) Depois ficam aquelas pocinhas todas lamacentas no meio do chão. E sabem que há seres vivos lá? Mas não se preocupem de meter a pata na poça que são tão pequenos que não morrem à pizadela. Têm dimensões que variam entre os 50 e 300 micron (1 milímetro = 1000 microns).

Estamos a falar das paramécias. Elas pertecem ao grupo (que mais parecem palavrões) dos protozoários ciliados. São organismos unicelulares em forma de sola de sapato (falando em "pata na poça"), cujo corpo é coberto de cílios simples e o sulco oral de cílios orais compostos.

Na verdade, depois da legenda e do que já vos contamos, não há muito mais a dizer sobre elas.

Mudança de Planos


Interrompemos a emissão (neste caso, a publicação de artigos sobre as "nossas espécies") para informar que, com o início do segundo período, surgiram complicações de última hora. Ou seja, temos que restruturar alguns dos nossos pontos iniciais.

Assim, vamos proceder à alteração dos morangueiros por uma gravatinha (porque não é a época própria dos morangueiros) e dos pulgões por abelhas (por serem muito mais fáceis de encontrar e capturar visto haverem em maior número nesta altura do ano).

Outra das alterações é que em vez de utilizarmos 4 indivíduos de cada uma das espécies para iniciar a experiencia e fazer as comparações em número, passaremos a utilizar um número de indivíduos que difere conforme o tamanho dos espécimes. Assim, para espécies cujos indivíduos são maiores, vamos utilizar um menor número de espécimes. Por isso, a comparação será feita sob a forma de percentagem. Como tal, apesar de o número ínicial de indivíduos ser diferente, a relação entre a população inicial e final mantém-se.

Pedimos desculpa caso tenhamos dado falsas esperanças a alguns de vós, mas prometemos que, mesmo com as novas alterações, vamos continuar com muito empenho neste trabalho e tentaremos manter-vos a par das nossas descobertas o melhor que nos for possível.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Belas e Perigosas

Nome: Anémona Morango-do-mar
Nome Científico: Actinia equina (Linnaeus, 1767)
Família: Actiniidae
Grupo: Anémonas, corais e medusas
Classe: Invertebrados

Para estudar a fragmentação, a Ana e o Zé vão usar umas amigas coloridas que todos conhecem: as anémonas.

Primeiro vamos falar das anémonas em geral e depois referimos algumas particularidades da espécie específica a que temos acesso para esta investigação. Ora cá vai:


Anatomia


A anatomia interna das anémonas-do-mar é muito simples: são pequenos sacos, presos ao fundo do mar por um pé adesivo, com uma coluna levando a um disco oral.


O orifício digestivo é no centro do disco, contornado por tentáculos, armados com muitos cnidoblastos, que são células de defesa e também um meio de capturar presas. Cnidoblastos contém cnidae (pequenas cápsulas que contém túbulos enrolados e veneno) – dando nome ao filo - são uma espécie de "chicotes" também chamados nematocistos -, que contêm uma pequena vesícula cheia de toxinas e um sensor que, ao ser tocado, activa mecanicamente o "chicote" que crava na presa e injecta o veneno.


Têm uma cavidade gastrovascular que funciona como um estômago, com apenas um buraco que serve de boca e de ânus, alimentos não digeridos e os resíduos são expelidos pela boca/ânus.


Somando ao potencial do veneno, outra vantagem do veneno é que quando é solto na água, afasta predadores em potencial. Lembram-se do Nemo, o peixe-palhaço? Depois de lerem isto devem achar estranho que ele vivesse dentro de uma anémona. Mas não foi um erro científico, não; os peixes-palhaço são imunes ao veneno das anémonenas, tal como algumas outras espécies. Isto acontece porque as anémonas tiram vantagem da sua interacção

As anémonas têm tamanhos variados; vão desde 1cm a 2m de diâmetro. Elas podem ter de 10 a centena de tentáculos.


Classificação

As anêmonas do mar são Cnidários pertencentes à classe Anthozoa, ordem Actiniaria, e pertencem a 26 famílias distintas. São conhecidas mais de 1.000 espécies em todos os mares do mundo.

O filo Cnidária (KNIDE = urtiga) é de animais mais primitivos que apresentam organização ao nível de tecido, no qual há especialização de células e grupos de células (como já referimos na anatomia - as cnidae para defesa).

A classe Anthozoa caracteriza-se por não apresentar formas medusóides no seu ciclo vital. Os Anthozoa são assim chamados pois os seus corpos são um cilindro curto, e apresentam, na região oposta à do disco da base, muitos tentáculos que, quando expandidos, lhes conferem o aspecto de uma flor (anthos = flor e zoon = animal).


Habitat

Estes seres habitam principalmente àguas marinhas, mas também ha algumas sub-espécies de água doce. Preferem as zonas pouo profundas.

Elas podem viver isoladamente ou em colônias; quando adultas podem ser fixas ou móveis, nos fundos aquáticos, em areia ou mesmo em superfícies lodosas.

Alimentação

Uma das vantagens que as anémonas tiram das suas relações de comensalismo é a obtenção de alguns açucares produzidos por algas que estas alojam. Uma outra forma (bem mais nojenta) de obtenção de nutrientes é a partir dos desperdícios dos peixes.

Mas as anémonas também caçam! Tal como já dissemos, o veneno urticante dos seus tentáculos destina-se em grande parte à atordoação das presas, como peixes, ouriços e crustáceos.

Outra das fontes de energia das anémonas é o plancton que é arrastado pela corrente até às anémonas.

Para além de tudo isto, as anémonas necessitam de nitrogénio e enxofre, especialmente para o seu crescimento e reprodução.

Sobrevivência


É impossível determinar a idade de uma anémona do mar, excepto de uma que seja criada em aquário, ou estudada continuamente no seu ambiente.
Pequeno não é necessariamente novo, porque os celenterados crescem somente se bem alimentados, e encolhem caso contrário.

Entretanto, os estudos em outras espécies, no laboratório e em campo, conduziram à idades estimadas na ordem de muitas décadas e até diversos séculos. Há alguns registros dispersos de anémonas temperadas que sobreviveram mais de 300 anos! É no entanto muito provável que sobrevivam durante mais tempo. Isto é consistente com a generalização de que os animais grandes de todos os tipos são de vida longa.


Locomoção

As anémonas quase não se movem. É, efectivamente uma pasmaceira, mas a verdade é que elas não precisam de gastar energia na locomoção porque maior parte das suas fontes de energia vem ter consigo.

No entanto, se um predador tentar atacá-las, elas podem "descolar-se" do substrato marinho. Existem algumas espécies que conseguem, inclusivé, nadar por alguns momentos para longe do atacante, mas o mais comum é deslizarem sobre o seu disco da base (muuuuuuuito lentamente), rebolarem ou serem transportadas por outros seres vivos (como, por exemplo, na carapaça das tartarugas).

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Até ao fim do ano e mais além!

Espero que tenham lido o que está na descrição do blog, porque eu não vou repetir! =P Brincadeirinha. O que é mais importante é que fiquem a conhecer o nosso projecto: a ideia, o tema, as questões, os objectivos, os sonhos... bem, não vamos tão longe.

Ao longo do 12º ano o nosso grupo vai desenvolver, em Área de Projecto, uma investigação sobre o tema da reprodução assexuada. A verdade é que, acreditem ou não, na nossa primeira aula de Área de Projecto viémos todos com umas ideias malucas de investigações para fazer. Acontece que a imaginação era muita e antes que nos puséssemos a mexer em cadáveres de porcos e doentes com psoríase, o professor Rui Ribeiro lá nos pôs um travãozinho e fez-nos escolher este tema muito menos interessante mas bem mais exequível.

O nosso objectivo é analisar qual dos 6 métodos existentes – bipartição, gemulação, esporulação, fragmentação, multiplicação vegetativa e partenogénese – é o mais eficaz no aumento de uma população bem adaptada. Para além disso, isto permitir-nos-á desenvolver competências ao nível da manipulação de habitats. Pretendemos também ficar a conhecer melhor as espécies que vamos utilizar. Para isso, vamos recolher um igual número de espécimes representativo de cada uma dos métodos reprodutivos assexuados que vamos estudar, iremos recriar um habitat o mais propício quanto nos seja possível, e compararemos a evolução do número da população ao fim de um mês.

A Ana e o José ficam com as tarefas da pesquisa e realização experimental de fragmentação, multiplicação vegetativa e partenogénese enquanto que a Sónia e a Joana ficam com a tarefa de investigar a bipartição, gemulação, esporulação.


Os indivíduos que escolhemos para cada um dos tipos de reprodução assexuada são os seguintes:
+ bipartição – paramécias
+ gemulação – fermento de padeiro
+ fragmentação – anémonas
+ esporulação – bolor do pão
+ multiplicação vegetativa – morangueiros
+ partenogénese – pulgões



Por fim, e se ainda tiverem paciência para ler mais, aqui vão as planificações das nossas experiências:

Fragmentação

Materiais:
- Aquário
- Água Salgada
- Rochas
- Alimento
- Anémonas

Procedimento:
1- Encher o aquário com água salgada e com as rochas.
2- Introduzir os espécimes e alimenta-los uma vez por dia.
3- Observações e anotação das actividades reprodutivas ao longo do mês.


Partenogénese

Materiais:
- Caixa Transparente pequena
- Rede anti-insectos
- Terra
- Alimento (Rosas)
- Lampada
- Termostato
- Abelhas

Procedimentos:
1- Dentro duma caixa transparente pôr uma fina camada de terra
2- Colocar termostato que mantenha a temperatura no interior da caixa entre 20º e 25ºC
3- Pôr a caixa sobre uma lampada, a intensidade do sol no verão/Primavera.
4- Introdução, manutenção e observação dos espécimes.


Multiplicação vegetativa

Materiais:
- Vasos
- Terra
- Água
- Clorofito

Procedimentos:
1- Encher vasos com terra para colocar as touceiras da geração parental.
2- Colocar todos os vasos num local iluminado e regá-los diariamente.


Bipartição

Material:
- Microscópio óptico;
- Pipetas de Pasteur;
- Lâminas Escavadas;
- Lamelas;
- Papel de Limpeza;
- Frasco Lavador;
- Azul-de-metileno;
- Cultura de Paramécias.

Procedimento:
1- Com o auxílio de uma pipeta, recolhe uma gota da cultura de paramécias e coloca-a numa lâmina escavada, cobrindo com uma lamela;
2- Observa durante algum tempo ao microscópio, usando a objectiva de menor ampliação. Esta observação deve ser feita com muito cuidado e paciência, para poderes ver os seres em divisão;
3- Efectua uma coloração, pelo método de irrigação, com o azul-de-metileno, das preparações previamente executadas.
6- Observou-se cada uma ao M.O.C. e esquematizou-se o observado;
7- Seguidamente colocou-se cada uma das preparações na lupa, observou-se e fez-se um esquema do observado.


Esporulação

Material utilizado:
- Pão
- 1 Caixa de Petri
- algodão
- M.O.C
- Água

Procedimento:
1- Colocou-se numa caixa de petri pedaços de pão humedecidos.
2- Tapou-se a caixa e durante 7 dias, esta ficou á temperatura ambiente.
3- Após o tempo indicado, observou-se o bolor, contido no pão, á lupa.
4- Posteriormente, retirou-se um fragmento de bolor e fez-se uma preparação microscópica com meio de montagem de água.


Gemulação

Material utilizado:
- 1 Caixa de petri
- 1 Vareta
- Papel de filtro
- 1 Goblé
- 100ml de Água
- 10g de Glicose
- 10g de Fermento de Padeiro
- M.O.C.

Procedimento:
1- Preparou-se um meio de cultura, com uma solução (10g de glicose diluída em 100ml de água, juntou-se mais 10g de fermento de padeiro);
2- Aguardou-se em repouso durante 7 dias a preparação;
3- Com o auxílio de uma pipeta retirou-se 1 gota do meio de cultura em repouso;
4- Colocou-se numa lâmina e sobre a preparação colocou-se uma lamela e observou-se ao M.O.C.;
5- Registou-se os resultados observados.

O que vem a ser isto?!

Olá! Para começar, vamos só introduzir-vos ao tema do nosso trabalho deste ano: a Reprodução Assexuada. Mas, oh!, isto é só um resumo! Se quiserem fazer um trabalho sobre este tema é melhor completarem a nossa síntese com informações de outros lugares, ok? ;)


A reprodução assexuada ocorre quando se formam clones a partir de um ser vivo. Não é necessária a intervenção de gâmetas. O novo ser é idêntico ao progenitor. Há vários tipos de clonagem assexuada. Os mais conhecidos são:a fragmentação, a bipartição, a gemulação, a esporulação, a multiplicação vegetativa e a partenogénese.

Fragmentação- o organismo fragmenta-se espontaneamente ou por acidente e cada fragmento desenvolve-se originando um novo ser.

Partenogénese- Processo através do qual um óvulo se desenvolve originando um novo organismo sem ter havido fecundação

Bipartição- também denominada por cissiparidade ou fissão binária, um individuo divide-se em dois com dimensões sensivelmente iguais.

Gemulação- num organismo formam-se uma ou mais dilatações – gomos ou gemas – que crescem e desenvolvem novos organismos.

Esporulação- formação de células reprodutoras – os esporos – que, ao geminarem, originam novos indivíduos

Multiplicação Vegetativa- nas plantas, as estruturas vegetativas – raízes, caules ou folhas (por vezes modificadas) – originam por diferenciação novos indivíduos